segunda-feira, 12 de julho de 2010

Não nasci para roubar carros...

Quinta feira foi o meu último dia na École e entrei realmente de férias. Tive alguns dias bem tranquilos, dormir até tarde, passear em Lille e ir até a casa dos meninos (Christian, Yuri e Jóia) jogar Guitar Hero. No sábado a Bruninha, minha veterana, veio aqui em visitar e passeamos e fizemos compras. Porém, essa calma toda estava prestes a mudar. Ontem a noite recebi uma mensagem do Chris me convidando para ir a Paris hoje de manhã. Aceitei.


Saímos de Lille às 7h da manhã, com o Master da École. O Master é um furgãozinho que a École tem e aluga para os alunos. Como o Gezério, a Bruna e aLaurinha tinham que ir para Paris com muita mala, eles alugaram o Master, o Chris foi dirigindo e eu fui de acompanhante para o Chris não voltar sozinho. O Gezério foi de trem com a Laurinha.


Tudo pareceu tranquilo no início, até que o Gezério nos liga e diz que tiveram um problema no trem, que eles estão voltando para Lille e ele só vai conseguir chegar em Paris às 10h30. O avião era às 12h10. Seguimos viagem, pegamos muitos engarrafamento, chuva e obras na estrada. Resultado: a viagem que normalmente dura 2h durou 4h e eles acabaram perdendo o vôo. 


Ao chegarmos no aeroporto, em uma última tentativa desesperada de fazer o check-in, o Chris e a Bruna foram levando as malas e eu fiquei para estacionar o Master em um lugar decente, pois paramos na frente da porta em fila dupla para não perdermos tempo. Quando eu fui lá pra trás pegar a chave eu vejo o que aconteceu... A chave ficou dentro do compartimento de carga, e a porta estava trancada. Agora eu estava parada em fila dupla e sem poder mexer o carro. A única solução que eu estava vendo era quebrar o vidro e pegar a chave. O Chris voltou e fomos procurar ajuda. Falamos com a polícia e eles nos disseram que nada podiam fazer, falamos com todas as pessoas ao nosso redor, e a única sugestão que conseguíamos era quebrar o vidro. Lembramos da chave reserva, mas ela estava em Lille e nós, em Paris. Ir até lá buscar sairia muito caro e nos tomaria muito tempo. Decidimos então quebrar o vidro. Surgiu então um outro problema: Como fazê-lo? Como equipamentos dentro do carro tínhamos: chinelos, garrafa d'água, kit de primeiros socorros, canetas, e um cabo de força. Nada muito útil no momento. Nesse meio tempo surgiu uma vaga na nossa frente, e conseguimos empurrar o Master até lá, para que ele não atrapalhasse tanto. Ao ver a minha incapacidade de quebrar o vidro, cheguei a conclusão que não nasci para ladra de carros, ainda bem que eu faço engenharia...


Fui então no balcão de informações pedir um martelo ou qualquer coisa do tipo. Ainda bem que os balcões de informações existem, sempre resolvem os meus problemas... Consegui convencer o atendente que eu realmente precisava quebrar o vidro, e ele chamou o serviço de manutenção do aeroporto, que mandou um carro de serviço. Quando voltei para o carro, a polícia estava lá, nos dizendo que estávamos em uma área de estacionamento para deficientes, e que teríamos que mover o carro. Explicamos para eles que estávamos sem a chave, pois ela estava trancada dentro do carro, e eles nos disseram que isso era problema nosso, que o carro tinha que sair dali. Ah... a gentileza francesa. Era só o que nos faltava, levar uma multa e ainda ter o carro guinchado... Por sorte os policiais foram embora e o serviço do aeroporto chegou. O senhor foi muito gentil e com a ajuda de uma chave de fenda, conseguimos tirar a borracha de vedação do vidro interno, e o vidro e assim recuperamos a chave!!!! Tudo isso antes dos policiais voltarem para nos multarem. De posse novamente do Master fomos estacioná-lo em um lugar de verdade e voltamos para o aeroporto ver o Gezério e a Bruna. 


Acabei voltando para Lille antes deles, pois eu ainda tinha que arrumar a minha mala para viajar amanhã. Quando estava no metrô o Chris me liga e diz que eu estou com o tíquete do estacionamento. Dei meia volta e voltei para o aeroporto entregar o tíquete. Fui então novamente para a Gare du Nord. Ao chegar pela segunda vez na estação de RER - Antony, meu tíquete de metrô (pelo qual eu paguei 10,25 euros) não passou. Solução: pular a catraca. Nunca pensei que eu fosse fazer uma coisa dessas, mas eu fiz. Não estava a fim de perder o trem pra Lille, e eu não tinha para onde ir, pois era o final da linha do metrô do aeroporto...


Cheguei na gare a tempo, comprei um bilhete em cima da hora, paguei o absurdo de 55 euros pelo bilhete de trem, e o pior, não fui fiscalizada!!! Ao chegar em Lille, fui em busca dos colis (pacote em francês) desaparecidos, pois eu fiz uma compras pela internet pela Carol, e as compras não chegaram  no local onde deveria, ter chego. Bem mas isso já um outra história...